DIÁRIO
- XIV
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Data: 2014
(outubro)
ID do percurso: PR3-Trilho
Castrejo
Início/Fim: Vila
de Castro Laboreiro (Melgaço)
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Trajeto: Vila
> Barreiro > Assureira > Curveira > Bico do Patelo > Seara >
Cainheiras > Varziela > Vila
Tempo: 9 horas
Grau de dificuldade: Moderado
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Descrição: Este
percurso além de bonito, ou não estivéssemos no Parque Nacional da Peneda Gerês
e em plena Serra da Peneda, serviu também para confirmar que os lugares que nos
dá a conhecer, se distribuem de forma propositada pelas zonas mais altas e que
se designam “Brandas” e
pelas zonas mais baixas designados “Inverneiras”.
Os
habitantes destes lugares ou aldeias, essencialmente agricultores e criadores
de gado, para se resguardarem dos rigores do inverno ou do calor do verão,
deslocam-se com os seus rebanhos para os lugares mais altos na época do calor,
as “Brandas”, uma vez que os terrenos são mais produtivos e proporcionam
mais alimentos para os animais e descem aos lugares mais baixos na época mais
fria, as “Inverneiras”, que servem de refúgio às pessoas e animais,
ficando assim mais a coberto dos rigores do tempo. É pois bastante comum os
habitantes destes lugares terem duas casas, uma nas “Brandas” e outra nas “Inverneiras”,
ajudando assim a manter este sistema de transumância.
Dos
lugares por onde passamos, neste percurso, são exemplos de “Brandas” a aldeia de Seara e de “Inverneiras”
as aldeias do Barreiro, Assureira, Curveira, Cainheiras e Varziela.
Este
percurso encontrava-se bem sinalizado á data em que o realizamos.
Iniciamos
o trilho na vila de Castro Laboreiro, junto ao muro do Hotel Castrum Villae,
onde se localiza a placa de início do “PR3- Castrejo”, seguindo, no sentido
contrário aos ponteiros do relógio, as marcas oficiais (vermelho e amarelo) e
as mariolas (pedras sobrepostas, colocadas pelos pastores e caminheiros).
No
decorrer do caminho podemos apreciar a beleza da paisagem, os bosques de
carvalho alvarinho, os vidoeiros, as pontes de arco que remontam á idade média,
a diversa fauna e flora e é bom estar preparado para nos depararmos com algum
gado bovino de raça barrosã, de ficar com a passagem bloqueada por alguma
manada de Garranos, o cavalo ibérico de raça mais pequena e que são
caraterísticos desta zona transfronteiriça, ou de ser surpreendido por algum
representante da raça autóctone o Cão-de-Castro-Laboreiro, que apesar de meter
respeito pelo seu aspeto robusto e latido forte, dos vários encontros ocorridos
até agora, apesar dos sustos, a coisa tem corrido bem.
Um dos
ex-líbris deste percurso é o Bico do Patelo, forma granítica que parece a
cabeça de uma ave de rapina e que se destaca no cimo do penedo com o mesmo
nome, sendo usual fazerem aí escalada.
Percurso
muito bonito e que certamente repetiremos numa próxima viagem a esta linda zona
de Portugal.
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