segunda-feira, 20 de outubro de 2014

PR3-Trilho Castrejo

DIÁRIO - XIV
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Data: 2014 (outubro)
ID do percurso: PR3-Trilho Castrejo
Início/Fim: Vila de Castro Laboreiro (Melgaço)
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Trajeto: Vila > Barreiro > Assureira > Curveira > Bico do Patelo > Seara > Cainheiras > Varziela > Vila
Distância/Tipo: 18 Km/circular
Tempo: 9 horas
Grau de dificuldade: Moderado
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Descrição:  Este percurso além de bonito, ou não estivéssemos no Parque Nacional da Peneda Gerês e em plena Serra da Peneda, serviu também para confirmar que os lugares que nos dá a conhecer, se distribuem de forma propositada pelas zonas mais altas e que se designam “Brandas”  e pelas zonas mais baixas designados “Inverneiras”.

Os habitantes destes lugares ou aldeias, essencialmente agricultores e criadores de gado, para se resguardarem dos rigores do inverno ou do calor do verão, deslocam-se com os seus rebanhos para os lugares mais altos na época do calor, as “Brandas”, uma vez que os terrenos são mais produtivos e proporcionam mais alimentos para os animais e descem aos lugares mais baixos na época mais fria, as “Inverneiras”, que servem de refúgio às pessoas e animais, ficando assim mais a coberto dos rigores do tempo. É pois bastante comum os habitantes destes lugares terem duas casas, uma nas “Brandas”  e outra nas “Inverneiras”, ajudando assim a manter este sistema de transumância.

Dos lugares por onde passamos, neste percurso, são exemplos de “Brandas” a aldeia de Seara e de “Inverneiras” as aldeias do Barreiro, Assureira, Curveira, Cainheiras e Varziela.

Este percurso encontrava-se bem sinalizado á data em que o realizamos. 

Iniciamos o trilho na vila de Castro Laboreiro, junto ao muro do Hotel Castrum Villae, onde se localiza a placa de início do “PR3- Castrejo”, seguindo, no sentido contrário aos ponteiros do relógio, as marcas oficiais (vermelho e amarelo) e as mariolas (pedras sobrepostas, colocadas pelos pastores e caminheiros).

No decorrer do caminho podemos apreciar a beleza da paisagem, os bosques de carvalho alvarinho, os vidoeiros, as pontes de arco que remontam á idade média, a diversa fauna e flora e é bom estar preparado para nos depararmos com algum gado bovino de raça barrosã, de ficar com a passagem bloqueada por alguma manada de Garranos, o cavalo ibérico de raça mais pequena e que são caraterísticos desta zona transfronteiriça, ou de ser surpreendido por algum representante da raça autóctone o Cão-de-Castro-Laboreiro, que apesar de meter respeito pelo seu aspeto robusto e latido forte, dos vários encontros ocorridos até agora, apesar dos sustos, a coisa tem corrido bem.

Um dos ex-líbris deste percurso é o Bico do Patelo, forma granítica que parece a cabeça de uma ave de rapina e que se destaca no cimo do penedo com o mesmo nome, sendo usual fazerem aí escalada.

Percurso muito bonito e que certamente repetiremos numa próxima viagem a esta linda zona de Portugal.
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PR-Trilho da Peneda

DIÁRIO - VII
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Data: 2012 (maio e outubro) e 2014 (outubro)
ID do percurso: PR-Trilho da Peneda
Início/Fim: Santuário da Peneda
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Trajeto: Santuário da Peneda > Meadinha > Pântano > Fraldas da Penameda > Estrada (para Bouça dos Homens) > Carreteiro dos carros de bois > Parque estacionamento autocarros > Estrada de alcatrão até Santuário da Peneda
Distância/Tipo: +- 8 Km/circular
Tempo: +- 4 horas 
Grau de dificuldade: Fácil.
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Descrição:  Realizamos este percurso por três vezes, por alturas da primavera e outono, com condições meteorológicas diferentes, uma delas feita com tempo muito cinzento, mas não se previa chuva, só que a dado momento do percurso as nuvens desceram em catadupa pela crista da montanha, fazendo diminuir a visibilidade e vieram acompanhadas de chuva, inicialmente miudinha, mas que foi crescendo à medida que o vento aumentava. Foi um abre olhos e serviu de chamada de atenção, bom … adiante. 


Iniciamos sempre o percurso no Santuário da Peneda, local de procissões e romarias, em especial em agosto.


Depois de contornarmos o edifício das instalações sanitárias do Santuário, vemos logo aí uma placa indicativa do percurso. O caminho a seguir é feito de pé posto, isto é, não há alternativa à sua progressão, debaixo de arvoredo composto essencialmente de carvalhos, progredindo por cima de lajes de pedra que nos dias de chuva ou humidade faz redobrar a atenção, pelo que se aconselha a fazer sempre o percurso no sentido dos ponteiros do relógio, subindo o sopé da Fraga da Meadinha, penedo bastante popular na comunidade de escaladores, nacionais e estrangeiros.

À medida que subimos podemos observar ao fundo a Igreja e o aldeamento da Peneda, ficando cada vez mais pequenas.

Contornada a base da Meadinha, passamos uma “ponte” feita de dois blocos de granito, que transpõe um riacho que alimenta uma cascata que cai por detrás do Hotel da Peneda, junto ao Santuário. A partir daí, seguimos por um caminho onde por vezes corre um pequeno riacho, devendo ter-se atenção às marcações porque em dado momento estas podem desviar-nos do percurso mais para Oeste, pelo que se recomenda o uso de mapa e bússola ou, melhor ainda, GPS (ter em atenção que nesta zona do Gerês só na cota mais alta é que tem sinal de rede, mas é espanhola).

Um dos pontos mais interessantes deste percurso, para lá da beleza da paisagem, é um lago artificial conhecido por Pântano, situado na zona de Chã do Monte. Esta represa estava um pouco abandonada quando fizemos pela primeira vez o trilho em 2011  e da última vez, depois de terem secado a represa, recuperaram o muro que retém as águas da lagoa, trabalho bem feito, mas a contrastar com o péssimo trabalho que fizeram a sul, na descida da encosta até à parte de trás do Hotel da Peneda, em que a água é canalizada por dois canos de dimensões generosas, obra de “engenharia” cujo efeito visual deixa muito a desejar e que me levou desde aí a evitar as estadias nesta zona da Serra.


Da lagoa subimos em direção às faldas da Penameda, à cota dos 1200 m, descendo depois em direção à estrada alcatroada, do lado da Bouça dos Homens para, passados alguns metros subirmos em direção a um carreteiro onde no passado circulavam os carros de bois de raça Barrosã, que ligavam os povoados da Bouça e da Peneda. 



Nesta zona do percurso, até descermos à estrada que nos vai levar à Peneda, conte com a presença dos representantes da raça Barrosã e dos Garranos, cavalos Ibéricos comuns na zona do parque transfronteiriço do Gerês/Xurés.

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