DIÁRIO - LVIII
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Data: 2016 (junho)
ID do percurso: Cântaro
Gordo e Lagoa dos Cântaros
Início e Fim: Covão da Ametade (Vale Glaciar do Zêzere/Serra
da Estrela)
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Trajeto: Covão da Ametade > Covão Cimeiro > Cântaro Gordo > Lagoa dos
Cântaros > Topo da Parede Fantasma > Covão
da Ametade
Distância/Tipo: 7,84Km / circular
Tempo: 7,21 horas
Grau de dificuldade: Dificil
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Descrição: Apenas uma semana passou desde que andamos por
estas paragens, mas tínhamos que aproveitar a paisagem primaveril e as
condições meteorológicas que ainda se mantinham favoráveis para a realização
deste percurso que se esperava algo exigente e, em boa verdade, o desejo de
voltar também era muito.
Com bastante sol e temperaturas amenas, as cores da primavera ainda se mantinham bem vivas e davam mais charme à beleza natural das montanhas, e foi neste cenário de luz e de cor que chegamos bem cedo ao Covão da Ametade.
______________________________________________________Com bastante sol e temperaturas amenas, as cores da primavera ainda se mantinham bem vivas e davam mais charme à beleza natural das montanhas, e foi neste cenário de luz e de cor que chegamos bem cedo ao Covão da Ametade.
O objetivo era efetuar a subida clássica ao
cume do Cântaro Gordo, com descida para a Lagoa dos Cântaros, num percurso
circular, no sentido dos ponteiros do relógio, com começo e fim na Ametade, e
íamos preparados para atacar a descida para a Lagoa por duas vias distintas, a
teoricamente mais fácil, pelo vale cavado na face sul do Cântaro Gordo ou
descendo a face abrupta virada para o nascente.
Visto do topo do Gordo, o desnível da via
nascente afigurava-se muito mais complicada para a descida, mas foi por
unanimidade que optamos pela esta via e apesar dos constrangimentos na parte
final da descida, se não foi a melhor opção, pelo menos foi a mais enriquecedora pelos
desafios que tivemos que vencer.
A ascensão ao Cântaro Gordo, apesar do desnível
acentuado não é complicada até mesmo no que à navegação se refere, sendo que
esta pode ser feita visualmente, com relativa facilidade, pelos mariolas e pelos
vestígios do pisoteio de quem já tomou o rumo do Cântaro ou de outros destinos,
porque seguir pelas marcas oficiais do trilho do Maciço Central (PR5), que poderiam
ajudar até perto do desvio para a subida do Gordo, é para esquecer, porque já
conheceram melhores dias.
O grau de difícil prende-se com o desnível
acumulado e principalmente com a descida da escarpa virada a nascente do
Cântaro, que deve ser feita com cuidado e que, perto do final da descida para a
Lagoa, nos causou algum embaraço quando tentamos avançar por dentro da mata cerrada
de giestas bem crescidas, que nos cobriam por completo, criando muita
dificuldade na progressão (só à força de catana), dificuldades agravadas também
pelo expelir de nuvens brancas de pólenes que se
libertavam à medida que abríamos caminho pelo matagal. Tirando alguma irritação nos olhos e nariz, felizmente que não se confirmaram os
receios de que a inalação destas poeiras nos viessem a causar problemas
respiratórios.
Ainda tentamos abrir passagem pela nossa
direita, até chegar a uma linha de água que abastece a Lagoa, mas desistimos e
percebemos que chegando perto do paredão rochoso que nos acompanhava à nossa
esquerda, era mais fácil abrir uma via por entre as rochas e algumas giestas e
descer com relativa facilidade até chegarmos à margem da Lagoa.
Depois de tomarmos o nosso merecido reforço e desfrutarmos
a bonita envolvente onde a Lagoa se encaixa, iniciamos o regresso até ao Covão
da Ametade, que se faz por um carreteiro de traçado fácil, bem sinalizado por mariolas,
que nos permite ir deslumbrando com as vistas maravilhosas para os Vales Glaciários
da Candeeira e do Zêzere e de todo o maciço onde se encaixam os Cântaros.
Lá mais para finais do outono regressaremos de novo a esta Lagoa e,
desta vez, por uma via mais rápida, a partir do Covão da Ametade, no sentido
inverso ao que fizemos agora, para ensaiar uns disparos com a máquina
fotográfica ao nascer do sol, momento em que os feixes luminosos se projetam na
face nascente do Cântaro e se refletem no espelho da Lagoa, criando imagens
únicas.
Inicio da subida desde o Covão da Ametade |
Vista para a pedra do equilibrio |
Lá ao fundo o cervunal do Covão Cimeiro. |
O Cântaro Magro testemunhava a nossa subida. |
Vista para as Lagoas dos Cântaros e da Candeeira |
Vista para o cume do Cântaro Gordo |
Lagoa da Candeeira ou Bezerra |
Pausa para reforço e que paisagem! |
Lagoa da Paixão ou Peixão |
Chegada ao cume. |
Ela tem tendência para se chegar aos precipícios... |
"Se não escalas a montanha jamais poderás contemplar a paisagem" (Pablo Neruda) |
Zoom para os Poios Brancos, do outro lado do Vale Glaciar e na linha do horizonte vislumbramos a Serra da Malcata. |
A descida delicada para a Lagoa |
Olhando para de onde viemos |
O Gordo com a sua Lagoa aos pés |
Olhando para trás e pensando que viemos lá bem de cima. |
Vista para os três Cântaros, da esquerda para a direita, o Raso, o Magro e o Gordo. |
Topo da Parede Fantasma (treino de escalada) |
Em destaque o Cântaro Gordo e em baixo o Covão Cimeiro e o seu cervunal. |