quinta-feira, 9 de julho de 2015

Alto e Sumo do Mondego

DIÁRIO - XXXIII
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Data: 2015 (julho)
ID do percurso: Alto e Sumo do Mondego
Início/Fim: Casa das Penhas Douradas (Penhas Douradas/Serra da Estrela)
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Trajeto: Casa das Penhas Douradas > Casa da Fraga > Sumo do Mondego > Cumeada da Santinha > Geodésico do Taloeiro > Lagoa do Vale do Rossim > Casa das Penhas Douradas
Distância/Tipo: 19,67Km / circular
Tempo: 6 horas
Grau de dificuldade: Moderado
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Descrição: Reservamos com algum tempo uma estadia de fim de semana na Casa das Penhas Douradas, localizada no ponto mais alto de Portugal Continental, na Serra da Estrela, unidade hoteleira que se recomenda, quer pela qualidade geral, simpatia de toda a equipa e localização privilegiada.

Não ficava bem irmos para as Penhas Douradas, ficar na Casa e não virmos preparados para fazer um dos muitos percursos idealizados pelos seus proprietários, também eles entusiastas das caminhadas na natureza.

Se bem o pensamos melhor nos preparamos e, escolhido um dos percursos, por unanimidade, na manhã do primeiro dia de estadia, estacionamos a viatura no parque da Casa das Penhas Douradas, calçamos as botas, mochilas às costas e a caminho que se faz tarde.

Descemos a estrada de alcatrão passando ao lado da “Casa da Fraga”, uma habitação construída entre blocos de granito, agora abandonada e que foi morada do primeiro habitante das Penhas Douradas.

Continuamos mais uns metros até chegarmos ao cruzamento da EN 232, que atravessamos, seguindo pelo caminho de terra que fica à nossa frente para, logo a seguir, nos desviarmos para o ramal mais à direita em direção à primeira marca (azul) do percurso, que se avista no topo de um pilarete de madeira.

O trilho está bem sinalizado e o trajeto faz-se essencialmente por caminho florestal, sendo os caminheiros guiados pelas referidas marcas azuis e também laranja, mais nas proximidades da Lagoa do Rossim, colocadas em pilaretes de madeira, nas árvores e blocos de granito, alternando com as mariolas.

A sinalética usada para balizar este trilho é da responsabilidade da Casa das Penhas Douradas e, por esse motivo, não são iguais às que habitualmente se utilizam no território português e que são semelhantes às usadas nos países da Europa do sul (vermelho e amarelo, neste caso de pequena rota).

A floresta ladeia grande parte do nosso caminho, estando por vezes o espaço entre as árvores coberto de grandes fetos, principalmente nas zonas onde serpenteiam linhas de água.

Foi junto a estes locais, ainda com muita vegetação em flor, que tivemos a sorte de poder presenciar o espetáculo que a explosão de borboletas e libelinhas nos proporcionou.

Logo que passamos uma casa e seu anexo, ambas em ruínas, pertença dos Serviços Florestais, subimos pelo caminho cerca de 200 metros e encontramos uma placa de madeira com a indicação para o “Sumo do Mondego”. Descemos pela nossa direita indo em direção a um pequeno bosque, guiados pelas marcas azuis nos troncos das bétulas e, logo que transpomos a vegetação, seguimos as mariolas que nos encaminham ainda mais para o fundo do vale até chegarmos a um pequeno lago de areia branca, o “Sumo do Mondego”.

Este pequeno paraíso, não é mais do que o local onde o rio Mondego começa a dar os primeiros passos, uma vez que este nasce não muito longe do nosso percurso numa zona mais alta conhecida por Corgo das Mós, aí ainda criança, o Mondeguinho, não passando mais do que um fio de água que brota das rochas graníticas.

Neste ponto conhecido por “Sumo do Mondego” o curso de água esconde-se debaixo do solo para voltar a aparecer mais adiante.

Aproveitamos para retemperar forças e tomar o primeiro banho do percurso nestas frias águas cristalinas (a temperatura do ar andava já pelos 27º, sem vento) e logo que chegamos à Lagoa do Rossim, repetimos a proeza com uma sucessão de mergulhos de fazer inveja aos habituais frequentadores deste lago agora transformado em praia fluvial.

Trajeto muito interessante destacando-se também a paisagem que se avista na zona da cumeada da Santinha, perto do vértice geodésico do Taloeiro, onde, virados para o lado de Seia, vislumbramos na linha do horizonte as serras do Caramulo e do Marão tendo pelas nossas costas todo o vale do Mondego que acabamos de subir, o Planalto Superior da Serra da Estrela, avistando-se também as duas antigas torres de radar que se situam no ponto mais alto da Serra.

Chegados ao ponto de partida era tempo de fazer o check-in.

Entramos com ar de caminheiros e logo os nossos anfitriões nos estenderam uma toalha humedecida e bem fresca, que serviu para nos aliviar do calor da caminhada.

O trilho é fácil, mas devido à sua extensão e a ausência de vento que potenciou os efeitos da temperatura registada, justificam a classificação de moderado.

Até à próxima Penhas.
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