domingo, 29 de março de 2015

PR2 – Nas Buracas do Casmilo

DIÁRIO - XXIV
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Data: 2015 (março)
ID do percurso: PR2 – Nas Buracas do Casmilo (Serra do Sicó)
Início/Fim: CRCD (campo de futebol) Aldeia do Casmilo (Condeixa-a-Nova).
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Trajeto: Casmilo (campo de futebol) > Vale dos Covões > Caminho junto parque eólico > Buracas > Dolina grande > Casmilo (campo de futebol)
Distância/Tipo: 7,38 Km / Circular
Tempo: 2 horas
Grau de dificuldade: Fácil
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Descrição:  Mais um percurso no Maciço do Sicó e para aqui chegarmos marcamos o rumo indo pelo IC2 até à povoação de Arrifana perto de Condeixa-a-Nova. 

Chegados à localidade de Arrifana, subimos pela estrada em direção às pequenas povoações de Peixeiro e Furadouro até concluirmos a viagem nos limites da aldeia do Casmilo, onde termina o asfalto e começa o caminho de terra batida, mesmo junto das instalações do Grupo Desportivo e do campo de futebol, local onde também se avista a placa que indica o caminho para as “Buracas”.

Desde aí, subimos a pé pelo caminho de terra passando no seu início por uma Dolina ou covão e logo a seguir avistamos, sempre pelo nosso lado esquerdo, campos de Lapiás ou rochas calcárias que afloram á superfície, parecendo os dentes da serra.

Sabemos por experiência de outras caminhadas, como é difícil andar nestes campos de Lapiás, mas aqui apenas nos ficamos pelo registo visual da curiosidade (é muito comum vermos estes dois tipos de formações – dolinas, lapiás e também os seus irmãos maiores os megalapiás – nas serras calcárias como a de Aire e dos Candeeiros, por onde habitualmente andamos a fazer os nossos trilhos de fins de semana).

A paisagem especial deste percurso inserido entre o monte da Senhora do Círculo e a Serra de Janeanes, ladeada por grandes escarpas cujas vertentes se encontram “escavadas”, lembra aqueles queijos suiços com buracos enormes.

E enormes são efetivamente as Buracas como são conhecidas estas cavidades alojadas nas escarpas que ladeiam as margens do vale, formando com este o desenho da letra “U” e que, pelo alinhamento, parecem as extremidades de túneis cujos tetos de rocha calcária se abateram em resultado da corrosão pela ação das águas pluviais, levando a colapsar a parte central do monte e formando o que é hoje o fundo do vale, por onde passamos ao fazer este trilho.

É esta a versão que mais nos convence, das várias teorias que logramos pesquisar na net, tal era a nossa curiosidade quando mais uma vez nos documentamos para esta caminhada na página da internet do Guia Quercus dos Percursos da Serra do Sicó.

Para nos orientarmos neste percurso, servimo-nos da carta militar das Rotas no Guia Quercus, mas não a seguimos em rigor, uma vez que acrescentamos algumas variantes ao traçado original, que tornam o percurso mais interessante na descida pelo Vale dos Covões, onde pudemos ver e entrar em "buracas" impressionantes, não tanto pela imponência mas sim pela sua beleza, ainda inacessíveis aos dependentes das quatro rodas, já que o caminho de terra e pedra que vem da aldeia do Casmilo e segue pelo vale, permite fazer chegar qualquer viatura às outras "buracas" maiores e que dão nome a este pequeno e bonito percurso da Serra de Sicó.

As Buracas do Casmilo e as escarpas onde se inserem são muito procuradas pelos amantes da escalada.

O percurso é fácil, tanto em orientação como em progressão, devendo-se ter apenas algum cuidado na tentativa de chegar às buracas menos acessíveis.

Ponto menos positivo é a facilidade com que se chega de viatura até bem perto deste espaço natural.
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domingo, 15 de março de 2015

PR7 – Canhão do Vale dos Poios (Serra do Sicó)

DIÁRIO - XXIII
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Data: 2015 (março)
ID do percurso: PR7 – Canhão do Vale dos Poios (Serra do Sicó)
Início/Fim: Aldeia dos Poios (Redinha/Pombal)
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Trajeto: Aldeia dos Poios > Canhão do Vale do Poio > Mocifas de Sto.Amaro > Vértice geodésico da Estrela > Capela da Sra. Da Estrela > Aldeia dos Poios
Distância/Tipo: 9,4 Km / Circular
Tempo: 3 horas
Grau de dificuldade: Fácil
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Descrição:  Percurso na Serra do Sicó, não sinalizado pelas marcas convencionais, feito no sentido contrário aos ponteiros do relógio.
Numa pesquisa sobre percursos pedestres que se podem realizar pelas serras da zona centro do país entrei por casualidade numa página que remeteu para o Guia Quercus dos Percursos na Serra do Sicó, de onde extraímos o mapa que usamos para nos orientar nesta interessante caminhada.

Seguimos pelo IC2 em direção à localidade de Redinha, pacata povoação do concelho de Pombal. Aí chegados, foi com alguma dificuldade que conseguimos passar pelas ruas estreitas da freguesia porque, sem o saber, escolhemos o dia de mercado. 

Logo que nos libertamos do engarrafamento, saímos pela ponte romana de três arcos em direção à aldeia dos Poios onde estacionamos a seguir à capela, perto do caminho de terra batida que segue para o Vale do Canhão dos Poios, esta espécie de Grand Canyon Português, um desfiladeiro constituído por uma garganta profunda e estreita que se prolonga entre vertentes rochosas de formação calcária. 

Breve confraternização com um habitante local para confirmar o sentido da marcha e lá fomos a pé pelo caminho de cascalho que segue entre campos de cultivo até chegar a um largo arborizado que estava lotado de carrinhas. O que parecia ser um acampamento de hippies, ou algo pior, afinal não passava de um grupo de jovens escaladores nacionais e estrangeiros, que àquela hora da manhã preparavam o pequeno-almoço em improvisadas fogueiras, antes de enfrentarem as escarpas rochosas dos Poios, local muito utilizado para a prática da escalada.

Entre cumprimentos de bons dias, atravessamos literalmente o acampamento e saímos pelo trilho estreito que se inicia junto à placa de madeira que indica o “Canhão do Vale dos Poios”. 

Não é preciso andar muito para começarmos a ver a paisagem imponente do vale profundo que se vai descobrindo ante nós à medida que progredimos pelo caminho e logo chegamos às escarpas que ladeiam o carreiro de laje pela nosso lado esquerdo, habitualmente escaladas pelos praticantes da modalidade. 

Vamos descendo e seguimos o caminho que passa agora por uma zona onde enormes fetos dominam esta parte do vale mas, felizmente, alguém abriu um pequeno aceiro nesta selva de fetos. 

Continuamos, passando por umas lapas (cavidades naturais) até que saímos do vale por caminhos estreitos que serpenteiam numa zona densamente arbustiva, essencialmente de pilriteiros, por onde passamos literalmente como toupeiras nestes “túneis” de arvoredo (muito bonito). 

Até chegarmos ao ponto em que mudamos o curso da marcha pelo estradão que nos leva a passar pela aldeia de Mocifas de Sto. Amaro, passamos por vários campos de cultivo. 

Antes de regressarmos ao ponto de partida, tempo para um pequeno desvio ao geodésico da Estrela, donde se avista para o lado do mar a Serra da Boa Viagem a norte da Figueira da Foz. 

Na descida para a aldeia dos Poios, passamos pela capela da Sra. Da Estrela, encaixada numa lapa ou buraca na escarpa da serra, onde também se pratica a escalada. 

E concluímos assim mais um agradável percurso que se faz com a maior das facilidades, tanto por miúdos como por graúdos.
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