domingo, 26 de outubro de 2014

PR8 (PMS)-Serra Galega

DIÁRIO - XV
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Data: 2014 (outubro)
ID do percurso: PR8 (PMS)-Serra Galega (Alcaria - Porto de Mós)
Início/Fim: parque de merendas da Valicova (estrada de Porto de Mós a Alqueidão da Serra)
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Trajeto: parque de merendas Valicova > vale sobranceiro à escarpa da Pena > Casais dos Vales > Cerradas de Alcaria > Geodésico da Pragosa > Cortinas > parque de merendas Valicova
Distância/Tipo: 11 Km/circular
Tempo: 2 ½ horas
Grau de dificuldade: Fácil
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Descrição:  Estacionamos a viatura junto ao parque de merendas da Valicova, espaço agradável, com relvado, arvoredo e dispondo de mesas e churrasqueiras, apenas não vislumbramos casas de banho, para ser perfeito.

Ao fundo do parque avistamos a placa indicativa do PR8-Serra Galega e seguimos o trilho que se desenrola pelo vale no meio de vegetação tornando este início do percurso muito refrescante, bordejado aqui e ali por carvalhos, pilriteiros e medronheiros, entre outros.

Neste ponto, uma placa de madeira indica um caminho à esquerda que nos desvia momentaneamente do trilho principal, para nos dar a conhecer as lapas (aberturas ou reentrâncias) que se encontram na encosta da escarpa que fica agora à nossa frente.

Depois de vistas as aberturas naturais, regressamos ao vale e continuamos o sentido inicial do percurso subindo em direção à estrada não sem antes avistar à nossa esquerda, sobre o Vale da Valicova, as escarpas verticais conhecidas por Penas, onde, alertados pelo som crocitante, avistamos um grupo numeroso de corvos que, presumivelmente, fazem do topo imponente da escarpa a sua casa.

Chegados à estrada, seguimos no sentido da povoação de Casais dos Vales, podendo optar por fazer o circuito por duas variantes: Variante A, seguindo pela estrada +- 500 metros e desviando à direita por um caminho de terra que segue pelo vale ou, Variante B, andando mais 50 metros e descer à povoação de Casais dos Vales, agora praticamente despovoada. Estes dois caminhos confluem no mesmo ponto, lá mais para diante, junto a uma pecuária.

Depois de passar a pecuária seguimos pelo vale no sentido sul, caminhando entre olival e muros de pedra solta, conhecidos aqui por “chousos”, subindo depois em direção à estrada não asfaltada, cujo cor branca denuncia a origem calcária do seu pavimento, usada principalmente pelos camiões que seguem para as inúmeras pedreiras que alteram a paisagem da serra.

O percurso faz-se agora por esta estrada durante 2 km, desviando em cotovelo para a direita quando se avista a povoação de Alcaria. Desde este ponto começamos a subida em direção às antenas e ao geodésico da Pragosa, que ficam bem lá no topo da serra Galega, de onde se avista para poente a Costa de Alvados e o anfiteatro da Fórnea.

No alto da serra Galega a vegetação rasteira composta de pequenos arbustos aromáticos, essencialmente tomilho e a carvalinha, com o dia solarengo e quente que se registou, apesar da época do ano (outono), libertaram todos os seus aromas, sendo estes os responsáveis pelo odor intenso e bastante agradável que com gosto inalamos, profundamente.

Virados para o lado de Porto de Mós, descemos a serra pelo estradão em direção à povoação de Cortinas até chegar à estrada de alcatrão, seguindo depois pela direita ao encontro do trilho que fizemos no início, saindo da estrada e descendo em direção ao vale até terminar onde começamos no parque de merendas da Valicova.
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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

PR3-Trilho Castrejo

DIÁRIO - XIV
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Data: 2014 (outubro)
ID do percurso: PR3-Trilho Castrejo
Início/Fim: Vila de Castro Laboreiro (Melgaço)
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Trajeto: Vila > Barreiro > Assureira > Curveira > Bico do Patelo > Seara > Cainheiras > Varziela > Vila
Distância/Tipo: 18 Km/circular
Tempo: 9 horas
Grau de dificuldade: Moderado
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Descrição:  Este percurso além de bonito, ou não estivéssemos no Parque Nacional da Peneda Gerês e em plena Serra da Peneda, serviu também para confirmar que os lugares que nos dá a conhecer, se distribuem de forma propositada pelas zonas mais altas e que se designam “Brandas”  e pelas zonas mais baixas designados “Inverneiras”.

Os habitantes destes lugares ou aldeias, essencialmente agricultores e criadores de gado, para se resguardarem dos rigores do inverno ou do calor do verão, deslocam-se com os seus rebanhos para os lugares mais altos na época do calor, as “Brandas”, uma vez que os terrenos são mais produtivos e proporcionam mais alimentos para os animais e descem aos lugares mais baixos na época mais fria, as “Inverneiras”, que servem de refúgio às pessoas e animais, ficando assim mais a coberto dos rigores do tempo. É pois bastante comum os habitantes destes lugares terem duas casas, uma nas “Brandas”  e outra nas “Inverneiras”, ajudando assim a manter este sistema de transumância.

Dos lugares por onde passamos, neste percurso, são exemplos de “Brandas” a aldeia de Seara e de “Inverneiras” as aldeias do Barreiro, Assureira, Curveira, Cainheiras e Varziela.

Este percurso encontrava-se bem sinalizado á data em que o realizamos. 

Iniciamos o trilho na vila de Castro Laboreiro, junto ao muro do Hotel Castrum Villae, onde se localiza a placa de início do “PR3- Castrejo”, seguindo, no sentido contrário aos ponteiros do relógio, as marcas oficiais (vermelho e amarelo) e as mariolas (pedras sobrepostas, colocadas pelos pastores e caminheiros).

No decorrer do caminho podemos apreciar a beleza da paisagem, os bosques de carvalho alvarinho, os vidoeiros, as pontes de arco que remontam á idade média, a diversa fauna e flora e é bom estar preparado para nos depararmos com algum gado bovino de raça barrosã, de ficar com a passagem bloqueada por alguma manada de Garranos, o cavalo ibérico de raça mais pequena e que são caraterísticos desta zona transfronteiriça, ou de ser surpreendido por algum representante da raça autóctone o Cão-de-Castro-Laboreiro, que apesar de meter respeito pelo seu aspeto robusto e latido forte, dos vários encontros ocorridos até agora, apesar dos sustos, a coisa tem corrido bem.

Um dos ex-líbris deste percurso é o Bico do Patelo, forma granítica que parece a cabeça de uma ave de rapina e que se destaca no cimo do penedo com o mesmo nome, sendo usual fazerem aí escalada.

Percurso muito bonito e que certamente repetiremos numa próxima viagem a esta linda zona de Portugal.
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