sábado, 11 de março de 2017

(ARG) Casal Novo - Pelas margens do Rio Ceira

DIÁRIO - LXXX
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Data: 2017 (março)  
ID do percurso: (ARG) Casal Novo - Pelas margens do Rio Ceira
Início e Fim: Aldeia de Xisto de Casal Novo
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Trajeto: Casal Novo > Relvas > Mata > Cavaleiros de Cima > Casal Novo
Distância/Tipo: 10,63 Km / circular
Tempo: 4,39 horas
Grau de dificuldade: Fácil
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Descrição: Foi na localidade de Casal Novo, pequena aldeia de xisto encaixada num dos balcões do Rio Ceira, onde este faz fronteira com os concelhos de Arganil e Pampilhosa da Serra, que resolvemos ficar por uns dias nas bonitas “Casas da Serra do Açor”.

É com o rio Ceira, um dos afluentes do Mondego e nos “Poços”, assim conhecidos por serem esculpidos nas rochas pela força da água, formando-se piscinas naturais, das quais destacamos o Poço da Cesta e os Poços Redondo e da Mata, que no seu conjunto constituem pequenos oásis inseridos na serra do Açor, que se prestam ao mergulho nos dias mais quentes, em conjunto com a ribeira da Teixeira, que delineamos um percurso que nos leva pelas suas margens às localidades vizinhas de Relvas, Mata e Cavaleiros de Cima.

Não existe marcação no terreno, específica para esta caminhada, muito embora se percorram pequenos troços de Grande Rota (marcas vermelho e branco) que encontramos desde a localidade de Mata até Relvas.

Ao longo da caminhada feita quase sempre pelas margens do Ceira, deparamo-nos com bonitas paisagens naturais, enquadradas por arvoredo, destacando-se os  Amieiros, Choupos, Salgueiros, Medronheiros e Castanheiros, entre outras espécies.

Percurso muito bonito, que não requer grande esforço físico para o realizar nem tem dificuldade na orientação, alternando entre caminhos de pé posto e rurais, estradão e asfalto, permitindo-nos também o contato com a população residente, infelizmente cada vez em menor número, como constatamos na aldeia de Cavaleiros de Cima, onde o senhor Augusto, “teimosamente” continua entretido, na sua reforma, com os afazeres da agricultura e a fazer a sua aguardente caseira, com o medronho que apanha na serra, ali perto da antiga escola primária, onde já não se aprendem a tabuada e as letras do alfabeto, nem brincam as crianças da aldeia na hora do recreio, porque aquelas são agora homens e mulheres que partiram para outros destinos mais afortunados, restando aqui apenas o senhor Augusto e a sua esposa, derradeira professora primária de Cavaleiros de Cima.

Com ele fomos ouvindo estórias passadas nesta pequena aldeia quase fantasma.

Felizmente que, nas localidades vizinhas, alguns “filhos da terra” vêm regressando e recuperando as casas, sendo algumas adaptadas para turismo, parecendo assim que começa a surgir alguma esperança de não se transformarem em memórias do passado.

Um grande bem-haja a todos esses empreendedores.
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Poço da Cesta






Poço Redondo






Aldeia da Mata



Poço da Mata


Ribeira da Teixeira







Aldeia de Relvas









Casal Novo


Escola primária de Cavaleiros de Cima

O sr.Augusto explica como se faz a aguardente de medronho

Alambique


Casas da Serra do Açor "Cimeira" e "Fundeira"


Casa Fundeira