DIÁRIO - XXXI
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Data: 2015 (maio)
ID do percurso: PR4 (MTG)-Rota do Carvão
Início/Fim: Manteigas (Serra da Estrela)
ID do percurso: PR4 (MTG)-Rota do Carvão
Início/Fim: Manteigas (Serra da Estrela)
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Trajeto: Manteigas > Observatório Meteorológico > Penhas Douradas (Casa da
Fraga – Fragão do Corvo) > Seixo Branco > Vale das Éguas > Geodésico
Curral do Martins > Nave da Mestra > Charca do Perdigueiro > Lage do
Gamão > Covais > Manteigas
Distância/Tipo: 23,76Km / circular
Tempo: 8 horas
Grau de dificuldade: Moderado
Distância/Tipo: 23,76Km / circular
Tempo: 8 horas
Grau de dificuldade: Moderado
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Descrição: A Rota do Carvão leva-nos a percorrer os caminhos que
no passado eram calcorreados por quem ganhava a vida com a venda do carvão,
produzido através da queima das raízes das Urzes, um arbusto lenhoso com flores
de cores diversas, uma planta melífera por excelência, sendo muito abundantes na
Estrela e que pintam, nesta altura do ano (primavera), um colorido fantástico
em todas as suas vertentes, dominadas pelas Urzes de floração lilás ou branco
pérola.
Esta já é a segunda vez que realizamos este bonito e exigente percurso, que tem início na Vila de Manteigas.
Esta já é a segunda vez que realizamos este bonito e exigente percurso, que tem início na Vila de Manteigas.
Tudo preparado e após a primeira refeição da manhã, lá
seguimos pelas calçadas da Vila começando a subida em ziguezague, que pode ser penosa
(dependente das faculdades de cada sujeito
e das condições do tempo), até ao Observatório Meteorológico das Penhas
Douradas.
Aqui chegados, somos recebidos por um rebanho de
ovelhas, o seu guarda, um puro serra da estrela, e o seu pastor, com quem
confraternizamos e que ficou sempre na dúvida se eramos portugueses (para ele
só os estrangeiros é que deambulam pela serra com mochilas às costas e varas
nas mãos).
Seguimos cada um o seu caminho à entrada da floresta
dos Pinheiros-do-Oregon, que atravessamos até chegarmos à Casa da Fraga a 1.475
metros de altitude, habitação que se encontra em ruínas, construída entre
enormes penedos de granito e que, segundo o painel informativo, foi morada de
César Henriques o primeiro habitante das Penhas Douradas, que escolheu este
local, a mando do seu médico, para se curar da tuberculose.
Neste ponto justifica-se um pequeno desvio do percurso
para dar uma saltada ao miradouro do Fragão do Corvo, próximo das Penhas
Douradas, onde se pode desfrutar de uma paisagem de cortar a respiração sobre a
Vila de Manteigas a cidade da Guarda, a serra de Gredos, na vizinha Espanha e o
mais que a vista de cada um alcança.
Feito o justificado desvio, retomamos o percurso para
sair do trilho uma vez mais, em direção a um afloramento de quartzo róseo
conhecido por Seixo Branco, uma raridade nesta serra.
Rumamos agora pelo planalto central da serra passando
por um pequeno oásis, o Vale das Éguas, uma zona de cervunal (pastos) e de
arvoredo luxuriante e logo estamos a percorrer o andar superior da serra, por
uma paisagem repleta de cor onde dominam as flores lilases e brancas das urzes,
os amarelos das giestas os verdes fortes dos zimbrais, um autêntico postal
ilustrado de cores.
Ao longe já se enxerga no alto do monte o geodésico do
Curral do Martins, onde subimos para admirar a paisagem em direção à Torre,
podendo-se avistar desde aí os globos enormes dos antigos radares da Força
Aérea.
Descemos e caminhamos para a joia da coroa deste
percurso, a Nave da Mestra, um enorme maciço de granito fraturado
em forma de L, onde se encontra a famosa Talisca (fenda) que, ao contrário da
primeira vez que fizemos este trilho (eram outras as condições de tempo), não
hesitamos agora em atravessar, no sentido descendente, com cuidado, visto que
passar com as mochilas não é pera doce (uma pessoa de dimensões generosas deve
completar o circuito contornando a Nave da Mestra por fora, porque corre o
risco de ficar entalado, acreditem).
Neste local idílico aproveitamos para repousar e
retemperar forças, acampando no cervunal junto a mesa e bancos de granito.
Fantástico.
A partir daqui iniciamos o caminho de regresso a
Manteigas pelo lado do maciço que bordeja a parte superior do Vale Glaciar do
Zêzere, passando pela lagoa do Perdigueiro, a Lage do Gamão, avistando-se à
nossa frente o penedo das Pedras Sobrepostas (dois blocos gêmeos de granito) e logo
estamos a descer em direção à estrada florestal dos Covais que nos vai levar de
regresso a Manteigas, não antes de nos deliciarmos com a vista deslumbrante do
Glaciar do Zêzere que corre lá no fundo do vale. Lindo.