domingo, 5 de abril de 2015

Percurso Pedestre de Galegos

DIÁRIO - XXVI
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Data: 2015 (abril)
ID do percurso: Percurso Pedestre de Galegos (Distrito de Portalegre)
Início/Fim: Aldeia de Galegos (largo da ponte).
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Trajeto: Galegos (Largo da Ponte) > Fontañera > Castro da Crença > Rio Sever > Vale de Carvão > Ramila de Baixo > Ponte Velha > Galegos (Largo da Ponte)
Distância/Tipo: 12,74 Km / Circular
Tempo: 4 horas
Grau de dificuldade: Moderado
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Descrição:  Percurso de pequena rota com início na aldeia de Galegos, no Largo da Ponte, junto à paragem do autocarro.

O trilho alterna com caminho de pé posto (carreiros) e essencialmente por estradão de terra e granito e por estrada secundária com pouco ou nenhum movimento. A exposição solar é elevada, pelo que se deve ter isso em conta se for realizado com temperaturas elevadas.

Ao longo do trajeto somos "observados" ao longe pelas muralhas da Vila de Marvão, que nos acompanham nesta bonita paisagem dominada por grandes blocos graníticos, por vezes agreste, por vezes pejada de sobreiros, castanheiros, carvalhos, muitas oliveiras, tufos de alfazema e alecrim e o oásis constituído pela Ribeira de Galegos e o Rio Sever.

A pouca distância do ponto de partida (largo da ponte) podemos observar no leito granítico da ribeira de Galegos que corre lá em baixo à nossa esquerda, as Marmitas de Gigante. Estas Marmitas são covas que se vêm facilmente no leito rochoso da ribeira, formadas quando o caudal é elevado e a forte corrente da água arrasta as pedras. Ao longo dos anos (cremos que centenas ou milhares) este arrastamento dos seixos desgasta e cava estas depressões que fazem jus ao seu nome “Gigantes”.

Daqui seguimos em direção à calçada seiscentista, que de início não nos apercebemos que já a estávamos a percorrer, uma vez que o pavimento é composto de blocos graníticos.

Tempo para darmos um saltinho a terras de nuestros hermanos. La Foentañera, pequena localidade raiana, onde também se fala bem português, por onde outrora passavam os contrabandistas do café que vinha das torrefações do Marvão.

Descemos em direção à estrada secundária que vem de Galegos e vamos no sentido contrário até ao Castro da Crença, pequeno povoado abandonado e que se diz terá sido ocupado durante a idade do ferro.

Seguimos mais uns metros pelo alcatrão e logo saímos por um carreiro de terra à nossa esquerda que nos leva por uma pequena floresta de sobreiros e campos de alfazema, a atravessar primeiro pela ribeira de Galegos e depois pelo Rio Sever, este por uma “ponte" de blocos de granito dispostos na vertical e que literalmente saltamos, um a um, até transpormos as duas margens (divertido).

Mais adiante invertemos o sentido da nossa marcha, em direção ao lugar de Ramila de Baixo e mais adiante na Ponte Velha, mudamos novamente o sentido da marcha para seguimos direto a Galegos, por uma estrada secundária, durante 3 a 4 km, que se faz bem e, talvez por ser fim de semana, não passou por nós qualquer viatura tanto de quatro como de duas rodas.

Em resumo, este é um percurso que se insere numa zona de extraordinária beleza, embora agreste, onde domina o granito e o sobreiro e os caminhos sinuosos que no passado eram percorridos pelos contrabandistas (em Marvão, existiam pequenas torrefações de café e o contrabando foi, durante os anos da ditadura, o principal sustento de muitas famílias).

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