DIÁRIO
- XXVI
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Data: 2015 (abril)
ID do percurso: Percurso Pedestre de Galegos
(Distrito de Portalegre)
Início/Fim: Aldeia de Galegos (largo da
ponte).
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Trajeto: Galegos (Largo da Ponte) >
Fontañera > Castro da Crença > Rio Sever > Vale de Carvão > Ramila
de Baixo > Ponte Velha > Galegos (Largo da Ponte)
Distância/Tipo: 12,74 Km / Circular
Tempo: 4 horas
Grau de dificuldade: Moderado
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Descrição: Percurso
de pequena rota com início na aldeia de Galegos, no Largo da Ponte, junto à
paragem do autocarro.
O
trilho alterna com caminho de pé posto (carreiros) e essencialmente por
estradão de terra e granito e por estrada secundária com pouco ou nenhum
movimento. A exposição solar é elevada, pelo que se deve ter isso em conta se
for realizado com temperaturas elevadas.
Ao
longo do trajeto somos "observados" ao longe pelas muralhas da Vila
de Marvão, que nos acompanham nesta bonita paisagem dominada por grandes blocos
graníticos, por vezes agreste, por vezes pejada de sobreiros, castanheiros,
carvalhos, muitas oliveiras, tufos de alfazema e alecrim e o oásis constituído
pela Ribeira de Galegos e o Rio Sever.
A pouca
distância do ponto de partida (largo da ponte) podemos observar no leito
granítico da ribeira de Galegos que corre lá em baixo à nossa esquerda, as
Marmitas de Gigante. Estas Marmitas são covas que se vêm facilmente no leito
rochoso da ribeira, formadas quando o caudal é elevado e a forte corrente da
água arrasta as pedras. Ao longo dos anos (cremos que centenas ou milhares)
este arrastamento dos seixos desgasta e cava estas depressões que fazem jus ao
seu nome “Gigantes”.
Daqui
seguimos em direção à calçada seiscentista, que de início não nos apercebemos
que já a estávamos a percorrer, uma vez que o pavimento é composto de blocos
graníticos.
Tempo
para darmos um saltinho a terras de nuestros hermanos. La Foentañera, pequena
localidade raiana, onde também se fala bem português, por onde outrora passavam
os contrabandistas do café que vinha das torrefações do Marvão.
Descemos
em direção à estrada secundária que vem de Galegos e vamos no sentido contrário
até ao Castro da Crença, pequeno povoado abandonado e que se diz terá sido
ocupado durante a idade do ferro.
Seguimos
mais uns metros pelo alcatrão e logo saímos por um carreiro de terra à nossa
esquerda que nos leva por uma pequena floresta de sobreiros e campos de
alfazema, a atravessar primeiro pela ribeira de Galegos e depois pelo Rio
Sever, este por uma “ponte" de blocos de granito dispostos na vertical e
que literalmente saltamos, um a um, até transpormos as duas margens
(divertido).
Mais
adiante invertemos o sentido da nossa marcha, em direção ao lugar de Ramila de
Baixo e mais adiante na Ponte Velha, mudamos novamente o sentido da marcha para
seguimos direto a Galegos, por uma estrada secundária, durante 3 a 4 km, que se
faz bem e, talvez por ser fim de semana, não passou por nós qualquer viatura
tanto de quatro como de duas rodas.
Em
resumo, este é um percurso que se insere numa zona de extraordinária beleza,
embora agreste, onde domina o granito e o sobreiro e os caminhos sinuosos que
no passado eram percorridos pelos contrabandistas (em Marvão, existiam pequenas
torrefações de café e o contrabando foi, durante os anos da ditadura, o
principal sustento de muitas famílias).
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