DIÁRIO - XXXIV
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Data: 2015 (setembro)
ID do percurso: Ruta 7 – Ruta de Los Túneles
Início: Estação de comboios de “Valdanoguera” (La Fregeneda, Espanha)
Fim: Cais de embarque de Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo/Portugal)
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Trajeto: Valdanoguera (La Fregeneda) > Barca d’Alva
Distância/Tipo: 22,68Km / linear
Tempo: 9,29 horas
Grau de dificuldade: Moderado
Descrição: Tomamos
conhecimento desta rota através de uma amiga aficionada da caça ao tesouro dos tempos
modernos, o “Geocaching”.
A descrição do percurso despertou a nossa curiosidade que levou ao
visionamento de algumas fotos à medida que aprofundava-mos a nossa pesquisa em
busca de informação sobre os túneis e, ainda mais preocupante, sobre as pontes,
locais de passagem quase obrigatória para quem pretende aventurar-se nesta
cruzada.
O desafio era tentador e começando a adrenalina a fluir, não há volta a
dar. É combinar o dia, preparar o equipamento e zarpar.
Faltava apenas estabelecer alguns contatos em Barca d’Alva, para
assegurar o transporte desde aí, até ao local de partida, na desativada estação
de comboios de “Valdanoguera” em La Fregeneda, Espanha.
Assegurado o contato com um dos elementos de uma Associação da
localidade de Barca d’Alva, lugar situado no concelho de Figueira de Castelo
Rodrigo, combinamos o preço e agendamos uma data.
Alvorada às 4:00 da manhã e uma hora depois já nos fazíamos à estrada,
porque a viagem era longa.
Este percurso está inserido na linha de rotas do “Parque Natural Arribes del Duero”, da qual
a “Villa de La Fregeneda”, simpática localidade do nosso país vizinho, é
promotora, na sua página eletrónica: http://www.lafregeneda-ayto.es/rutas.html,
dos aspetos mais cativantes do ambiente natural desta linda zona internacional.
Chegamos a Barca d’Alva pelas 9:00 AM e estacionamos o nosso carro no
parque junto ao cais de embarque dos barcos que fazem os cruzeiros turísticos
do Douro e fomos ao encontro do nosso contato no pequeno café “Só-Veneno” que
se localiza no parque arborizado, sobranceiro ao cais.
Tempo para meter cafeína e de seguida fomos transportados de carro,
passando por “La Fregeneda”, até à antiga estação de “Valdanoguera”, local onde
principiou a nossa fantástica aventura, que começa, logo que nos afastamos da
estação, pelo Túnel 1, sendo este a porta de entrada para exorcizarmos os
nossos medos.
Este túnel é o mais extenso (2 km) e por ser retilineo permite desde o
seu início vislumbrar aquela luz ao fundo do túnel, dando-nos a sensação, por
muito que andemos, que aquele ponto iluminado é inatingível.
No total serão 20 os túneis que iremos percorrer, dos quais se destaca
também o Túnel 3, que se perceciona pelo odor que emana à distância e que se
deve ao guano (excrementos dos morcegos) depositado no chão do túnel, desde que
esta linha foi desativada. Tal é a quantidade de guano que, perto do “berçário”
dos morcegos deixamos de ver os carris, parecendo que caminhamos em cima de
algodão.
Para ajudar a compor a adrenalina temos, intervalado com os túneis, 9
pontes principais e 2 outras mais pequenas, cujo estado de degradação é
elevado, devendo ser transpostas com todo o cuidado. No entanto, se não fosse a
paisagem soberba das arribas que bordejam o rio Águeda, a fauna (raposas,
águias, grifos, garças, morcegos) que tivemos a sorte de avistar e a flora
local, este percurso não teria o mesmo interesse caso estas pontes fossem
fáceis de transpor, porque fácil é apenas a navegação, bastando apenas seguir os carris.
Esta “Ruta de Los Tuneles” excedeu as expectativas pelo que, sem sombra
de dúvida, fica com a nota máxima (5 estrelas).
(Do total do tempo efetuado deve
ser descontado perto de 3 horas, devido às paragens para fotografia e na
procura das inúmeras “Caches” ao longo do trilho)
RECOMENDAÇÕES:
. Aconselha-se a fazer esta rota na altura da floração das amendoeiras que ocorre em finais de fevereiro início de março (agora decorria a apanha das amêndoas).
. Aconselha-se a fazer esta rota na altura da floração das amendoeiras que ocorre em finais de fevereiro início de março (agora decorria a apanha das amêndoas).
. Se é sensível às alturas e à escuridão total em locais fechados, não
deve realizar esta rota.
. Atenção nos túneis aos caminhos laterais aos carris (faltam algumas
lajes que cobrem um canal que serve para escoar as águas).
. O uso de lanterna em alguns túneis é obrigatório e aconselha-se o uso de
máscara ou passa-montanhas (balaclava) no túnel 3.
. Cuidado com o calor e não deve fazer, de todo, este percurso sozinho.
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