domingo, 15 de março de 2015

PR7 – Canhão do Vale dos Poios (Serra do Sicó)

DIÁRIO - XXIII
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Data: 2015 (março)
ID do percurso: PR7 – Canhão do Vale dos Poios (Serra do Sicó)
Início/Fim: Aldeia dos Poios (Redinha/Pombal)
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Trajeto: Aldeia dos Poios > Canhão do Vale do Poio > Mocifas de Sto.Amaro > Vértice geodésico da Estrela > Capela da Sra. Da Estrela > Aldeia dos Poios
Distância/Tipo: 9,4 Km / Circular
Tempo: 3 horas
Grau de dificuldade: Fácil
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Descrição:  Percurso na Serra do Sicó, não sinalizado pelas marcas convencionais, feito no sentido contrário aos ponteiros do relógio.
Numa pesquisa sobre percursos pedestres que se podem realizar pelas serras da zona centro do país entrei por casualidade numa página que remeteu para o Guia Quercus dos Percursos na Serra do Sicó, de onde extraímos o mapa que usamos para nos orientar nesta interessante caminhada.

Seguimos pelo IC2 em direção à localidade de Redinha, pacata povoação do concelho de Pombal. Aí chegados, foi com alguma dificuldade que conseguimos passar pelas ruas estreitas da freguesia porque, sem o saber, escolhemos o dia de mercado. 

Logo que nos libertamos do engarrafamento, saímos pela ponte romana de três arcos em direção à aldeia dos Poios onde estacionamos a seguir à capela, perto do caminho de terra batida que segue para o Vale do Canhão dos Poios, esta espécie de Grand Canyon Português, um desfiladeiro constituído por uma garganta profunda e estreita que se prolonga entre vertentes rochosas de formação calcária. 

Breve confraternização com um habitante local para confirmar o sentido da marcha e lá fomos a pé pelo caminho de cascalho que segue entre campos de cultivo até chegar a um largo arborizado que estava lotado de carrinhas. O que parecia ser um acampamento de hippies, ou algo pior, afinal não passava de um grupo de jovens escaladores nacionais e estrangeiros, que àquela hora da manhã preparavam o pequeno-almoço em improvisadas fogueiras, antes de enfrentarem as escarpas rochosas dos Poios, local muito utilizado para a prática da escalada.

Entre cumprimentos de bons dias, atravessamos literalmente o acampamento e saímos pelo trilho estreito que se inicia junto à placa de madeira que indica o “Canhão do Vale dos Poios”. 

Não é preciso andar muito para começarmos a ver a paisagem imponente do vale profundo que se vai descobrindo ante nós à medida que progredimos pelo caminho e logo chegamos às escarpas que ladeiam o carreiro de laje pela nosso lado esquerdo, habitualmente escaladas pelos praticantes da modalidade. 

Vamos descendo e seguimos o caminho que passa agora por uma zona onde enormes fetos dominam esta parte do vale mas, felizmente, alguém abriu um pequeno aceiro nesta selva de fetos. 

Continuamos, passando por umas lapas (cavidades naturais) até que saímos do vale por caminhos estreitos que serpenteiam numa zona densamente arbustiva, essencialmente de pilriteiros, por onde passamos literalmente como toupeiras nestes “túneis” de arvoredo (muito bonito). 

Até chegarmos ao ponto em que mudamos o curso da marcha pelo estradão que nos leva a passar pela aldeia de Mocifas de Sto. Amaro, passamos por vários campos de cultivo. 

Antes de regressarmos ao ponto de partida, tempo para um pequeno desvio ao geodésico da Estrela, donde se avista para o lado do mar a Serra da Boa Viagem a norte da Figueira da Foz. 

Na descida para a aldeia dos Poios, passamos pela capela da Sra. Da Estrela, encaixada numa lapa ou buraca na escarpa da serra, onde também se pratica a escalada. 

E concluímos assim mais um agradável percurso que se faz com a maior das facilidades, tanto por miúdos como por graúdos.
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