domingo, 19 de abril de 2015

PR4 (PMS) Rota de S. Bento

DIÁRIO - XXVII
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Data: 2015 (abril)
ID do percurso: PR4 (PMS) Rota de S. Bento (concelho de Porto de Mós)
Início/Fim:  Aldeia das Pombas (junto ao café).
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Trajeto: Aldeia das Pombas (junto ao café) > Algar da Bajanca > Vértice geodésico dos Alecrineiros > Covas > Estrada Amiais de Cima/Serro Ventoso…..e regresso pelo mesmo caminho.
Distância/Tipo: 17,73 Km / linear
Tempo: 7 horas
Grau de dificuldade: Moderado

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Descrição:  O grau de dificuldade elevado que se anunciava para este percurso na página do ICNF (http://www.icnf.pt ) deixava-nos de sobreaviso, no entanto, não descurando os perigos reais que o traçado apresenta em alguns troços, não tivemos dificuldades de maior.

O percurso pedestre de São Bento percorre o planalto de Santo António, atravessando a serra de S. Bento no sentido de sul para norte. Deve-se ter em conta que é um percurso de traçado linear, pelo que na falta de transporte no ponto de chegada tem que se fazer o mesmo percurso de regresso ao ponto de partida.

Seguimos em direção a Porto de Mós e continuamos pela estrada que vai desta cidade para Serro Ventoso. Ao chegar à rotunda desta localidade saímos na segunda saída subindo o monte em direção a São Bento. Encontro com nova rotunda, saída na primeira escapatória e continuamos por estrada em linha reta indo ao encontro de mais uma rotunda, esta será a última e com a particularidade de estar ornamentada com umas pombas. Saída na primeira à direita e logo estamos na aldeia de Cabeço das Pombas. Estacionamos a viatura junto ao café e aproveitamos para espevitar os sentidos com um pouco de cafeína.

Começamos aí mesmo o início do registo do percurso, embora este se localize oficialmente a cerca de 800 metros para poente, logo a seguir a um conjunto de casario em ruínas e terminamos a primeira parte do percurso no cruzamento com a estrada de Amiais de Cima/Serro Ventoso a norte do Casal de Santo António, perto dos tanques de água que, ao que parece, também servem de piscinas no verão.

Existem duas variantes neste trilho linear, ambas para NE, mas optamos por fazer apenas o troço principal de sul para norte e regresso pelo mesmo caminho.

A paisagem na primavera é muito bonita com toda a vegetação florida, sendo o amarelo dos matos (tojos) a cor dominante. Interessantes são também as formas que o traçado do solo calcário se reveste, como sejam os campos de lapiás (rocha calcária) que afloram à superfície do solo e os seus “irmãos” maiores, os megalapiás e as várias cavidades que se desenvolvem na vertical e que são conhecidas por algares (crateras), que se avistam ao longo do caminho, estando alguns identificados no mapa do percurso como sejam os algares das Bocas Largas e Cós de Carvalhos, perto do geodésico dos Alecrineiros, e os algares do Cofelo e da Bajanca, logo no início do trilho.

Perto da indicação da Bajanca tivemos que atalhar pelas laterais do caminho oficial, uma vez que fomos travados no percurso por uma  manada de 15 vacas, que deambulavam sem o seu guia, num troço estreito e entre muros (estariam tresmalhadas ou iam em piloto automático?) e que acabaram por nos afastar do acesso para o dito algar.

Apesar do contratempo foi divertido e no caminho de regresso tivemos a sorte de travar conversa com um pastor, já sem o seu rebanho, que nos levou primeiro ao Cofelo e, próximo deste, à Bajanca, por um caminho alternativo e perto do trilho oficial, agora dominado pelas silvas que cobrem até os muros de pedra adjacentes (é notório o abandono de alguns terrenos), pelo que se não fora a sua preciosa ajuda, certamente não conseguiríamos descobrir o acesso.

Este pastor também nos confidenciou que o algar da Bajanca foi protagonista, em tempos, do programa televisivo Caça ao Tesouro, tendo visto por aquelas andanças a sua protagonista Catarina Furtado, a apresentadora daquele programa que passou na SIC nos idos anos 90. Este algar é o mais interessante dos que vimos em todo o trajeto, sendo conhecido e usado pela comunidade espeleológica como algar-escola (na borda da cratera vemos vários ferros cravados na rocha calcária, usados para apoio à prática daquela modalidade).

Devido à presença dos algares ou crateras ao longo deste trilho, recomenda-se a quem pretenda realizar esta rota de São Bento, que o façam acompanhados e devem fazer a aproximação aos algares identificados neste trilho com a maior precaução (a Bajanca e o Cofelo têm respetivamente 35 e 50 metros de profundidade).


Para este percurso, em particular, devem evitar levar o fiel amigo de quatro patas como companhia, visto que existem diversas aberturas à superfície, algumas com pouca largura mas suficientes para engolir um animal ou caminhante menos prevenido, sendo igualmente profundas.

Grande parte do trilho está bem sinalizado pelas marcas oficiais, mas junto à zona indicada no mapa por ” Covas”, as marcas levam-nos por um caminho entre chousos (muros de pedra solta) que se encontra fechado por cancelas (será agora caminho particular?), pelo que tivemos que descobrir uma pequena variante que acaba por ligar ao caminho oficial alguns metros adiante.

Percurso magnífico, ideal para fazer nesta altura do ano (primavera), devendo evitar-se os dias mais quentes porque não existem muitas sombras.
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“Curiosidade sobre algares existentes no percurso em: http://www.gem.pt/joomla/index.php/actividades/a-espeleologia/carso-endocarso/149-algar-da-bajanca “

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Lapiás


Orquídea





Campos de Lapiás e Geodésico dos Alecrineiros























Megalapiás











Megalapiás
Rosa Albardeira

Megalapiás





Lapiás
Algar das Covas Grandes

Algar das Covas Grandes



Algar do Cofelo

Algar do Cofelo

Algar da Bajanca

Algar da Bajanca

Algar da Bajanca

Algar da Bajanca

Algar da Bajanca